Aracaju, 7-02-2017.
Doutor JOACI GÓES.
Ilustre acadêmico:
Após peregrinar através das páginas do
volumoso livro do escritor Oleone, sobre a Guerra de Canudos, um tanto ofegante
viro a última página, justamente quando o crepúsculo apaga os últimos raios do
Sol, o qual mergulha no horizonte.
Com receio de que você me jogasse pedras, eu
não pretendia me manifestar a respeito do livro e do seu autor.
Contudo, confiando que a sua cultura e
inteligência me perdoará por algumas tolices que a minha caneta vai deslizando
sobre o papel em branco, um diabinho que habita dentro do meu “eu”, me obriga a
revelar o meu pensamento a respeito do livro, embora o mais resumido possível.
Compreendo que um livro de História, uma historiografia
ou resenha, não dão lugar a arroubos literários.
Você, a quem eu comparo ao estilo de Churchill
é anos- luz superior a OLeone.
Eu mesmo, não me considero aquém dele.
Tenho a impressão de que o texto do livro, em
sua maior parte, foi retirado de outros autores, ou seja, plágios. Quem classifica esse livro como obra-prima da
literatura tem antolho sobre os olhos.
A primeira parte de “OS SERTÕES” eu li algumas
páginas, e então desisti.
Quando o correspondente do Jornal Estado de São
Paulo chegou a Salvador, permaneceu mais de 20 dias sem cumprir a missão que
lhe foi confiada.
Para “embromar”, ele se dirigia à Estação da Calçada
com o Intuito de colher depoimentos dos militares
doentes ou feridos que voltavam do
“Front” e redigir crônicas para o seu jornal.
O seu estilo na arte de escrever não me agrada.
É evidente que o “famoso” correspondente
de uma guerra que ele nunca viu, portava dicionário de sinônimos e; para
mostrar-se culto, escolhia palavras antiquadas, obsoletas, as quais 99% dos
leitores ignoravam.
Eu não entro na fila dos seus áulicos e/ou
bajuladores desde que ele foi eleito para a ABL, não pela genialidade, mas à
custa de pistolões.
E. da
Cunha nunca esteve na linha de frente. As
suas Crônicas da Guerra de Canudos ele se baseava no “ouvir dizer”.
Cunha deve ter sido mestre de Rubem Braga,
jornalista brasileiro que era correspondente de guerra junto às pracinhas, porém
nunca visitou a linha de frente.
Quando Monte Castelo foi tomado pelo Exército
aliado, R. Braga estava hospedado num hotel da cidade de Roma.
Após esse longo desvio,
voltou a me referir ao livro de Oleone.
Julgo-o pobre de literatura, porém, rico de
informações inéditas.
Somente no final do livro é que o autor dá
notícias sobre Cunha.
Nos títulos em que o autor diz: Euclides da
Cunha e Rui Barbosa, Euclides da Cunha e Siqueira de Menezes, e outros
semelhantes, o Sr. Oleone nada diz sobre Euclides e muito relata sobre o
segundo personagem.
Vejo, nesse sistema, um festival de besteiras.
Sobre a guerra em si, nem Euclides nem Oleone
se ocupavam dela satisfatoriamente.
Já li sobre Canudos, obras de autores mais
informativos e mais brilhantes.
Sory.
Edson Valadares
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