quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

DOUTOR JOACI GÓES




Aracaju, 7-02-2017.

 Doutor JOACI GÓES.

                   Ilustre acadêmico:

 Após peregrinar através das páginas do volumoso livro do escritor Oleone, sobre a Guerra de Canudos, um tanto ofegante viro a última página, justamente quando o crepúsculo apaga os últimos raios do Sol, o qual mergulha no horizonte.
 Com receio de que você me jogasse pedras, eu não pretendia me manifestar a respeito do livro e do seu autor.
 Contudo, confiando que a sua cultura e inteligência me perdoará por algumas tolices que a minha caneta vai deslizando sobre o papel em branco, um diabinho que habita dentro do meu “eu”, me obriga a revelar o meu pensamento a respeito do livro, embora o mais resumido possível.
 Compreendo que um livro de História, uma historiografia ou resenha, não dão lugar a arroubos literários.
 Você, a quem eu comparo ao estilo de Churchill é anos- luz superior a OLeone.
 Eu mesmo, não me considero aquém dele.
 Tenho a impressão de que o texto do livro, em sua maior parte, foi retirado de outros autores, ou seja, plágios.  Quem classifica esse livro como obra-prima da literatura tem antolho sobre os olhos.
 A primeira parte de “OS SERTÕES” eu li algumas páginas, e então desisti.
 Quando o correspondente do Jornal Estado de São Paulo chegou a Salvador, permaneceu mais de 20 dias sem cumprir a missão que lhe foi confiada.
                 Para “embromar”, ele se dirigia à Estação da Calçada com o Intuito de colher depoimentos dos militares
doentes ou feridos que voltavam do “Front” e redigir crônicas para o seu jornal.
 O seu estilo na arte de escrever não me agrada.  É evidente que o “famoso” correspondente de uma guerra que ele nunca viu, portava dicionário de sinônimos e; para mostrar-se culto, escolhia palavras antiquadas, obsoletas, as quais 99% dos leitores ignoravam.
 Eu não entro na fila dos seus áulicos e/ou bajuladores desde que ele foi eleito para a ABL, não pela genialidade, mas à custa de pistolões.
 E.  da Cunha nunca esteve na linha de frente.  As suas Crônicas da Guerra de Canudos ele se baseava no “ouvir dizer”.
 Cunha deve ter sido mestre de Rubem Braga, jornalista brasileiro que era correspondente de guerra junto às pracinhas, porém nunca visitou a linha de frente.
 Quando Monte Castelo foi tomado pelo Exército aliado, R. Braga estava hospedado num hotel da cidade de Roma.
Após esse longo desvio, voltou a me referir ao livro de Oleone.
 Julgo-o pobre de literatura, porém, rico de informações inéditas.
 Somente no final do livro é que o autor dá notícias sobre Cunha.
 Nos títulos em que o autor diz: Euclides da Cunha e Rui Barbosa, Euclides da Cunha e Siqueira de Menezes, e outros semelhantes, o Sr. Oleone nada diz sobre Euclides e muito relata sobre o segundo personagem.
 Vejo, nesse sistema, um festival de besteiras.
 Sobre a guerra em si, nem Euclides nem Oleone se ocupavam dela satisfatoriamente.
 Já li sobre Canudos, obras de autores mais informativos e mais brilhantes.
     Sory.

         Edson Valadares

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