terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

CRÔNICAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO




Aracaju, 25 de janeiro de 2017.


Caros leitores:


A partir desta data, começa a digitação das minhas crônicas, que se iniciam na cidade do Rio de Janeiro.
Em seguida, crônicas de Aracaju, capital do Estado de Sergipe. Finalmente crônicas avulsas.
Pretendo divulgá-las neste blog, à medida em que sejam digitadas e revisadas.
Estas crônicas e mais as crônicas de viagens formam um caderno a serem incluídos no meu livro “PENSAMENTOS”, etc.
Atenciosamente,


Edson Valadares







     A CRÔNICA           _______________________________________________________________________________________________________________

“Les chroniques des recits historiques dont L’auteur est au moins pour partie contemporain”.

Portanto, a crônica é um gênero literário   onde os fatos são narrados, mantendo-se a ordem cronológica.
É, também, texto publicado em jornal ou outro tipo de período sobre fatos da atualidade ou não.
A crônica atingiu o seu auge na Idade Média, após o século XII.
Com a significação moderna, o termo entrou em uso no século XIX, ganhando, assim, personalidade literária.
No Brasil, a crônica ganhou adeptos, tais como: OLAVO BILAC, MACHADO DE ASSIS, HUMBERTO DE CAMPOS, RUBEM BRAGA, FERNABDO SABINO, JOEL SILVEIRA, JOÃO DO RIO e outros.
Um dos cronistas brasileiros mais conhecidos foi PAULO BARRETO, o famoso JOÃO do RIO, autor de crônicas sobre a cidade do Rio de Janeiro.
Ao tomar conhecimento das minhas crônicas o saudoso poeta, escritor e crítico literário, doutor MÁRIO CABRAL, comparou-me ao citado cronista carioca.
Aracaju, setembro de 2016.
       Edson Valadares


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                              CRÔNICAS

                                  DA
                             CIDADE DO

                          RIO DE JANEIRO





     

  
                     ANO: 2010                                               _________________________________________________________________________________________________________________

                       OUTUBRO



14.     No jornal “O DIA” de hoje, leio uma reportagem inimaginável. O título: PRAÇAS EM ORDEM DIA E NOITE. PREFEITURA ANUNCIA PROJETO DE LIMPEZA E REPAROS COM CALENDÁRIO QUE TERMINA EM 2012. Esclarece: Até o fim de 2012, as 1.274 praças da cidade serão revitalizadas.
Nome do projeto: “A PRAÇA É SUA”. A nova iluminação fará a noite parecer dia, atraindo moradores aos espaços de lazer após o fim do expediente de trabalho.
Acordai, turistas do mundo inteiro! Esta cidade do Rio de Janeiro, que amo intensamente, é a mais bela, a mais viva, a mais turbulenta deste planeta.
Aqui eu viveria a eternidade!


15.    Nesta manhã a temida frente fria despediu-se desta metrópole.
O Sol volta a brilhar intensamente.
A alegria ilumina o rosto do carioca e dos alienígenas.
O calor chega e as praias da Cidade Maravilhosa se animam. Este epígono do famoso cronista carioca, João do Rio (Paulo Barreto) escreve mais esta crônica.
Às oito horas saio do apartamento do meu filho, doutor Carlos Roberto Valadares, com a intenção de enfrentar o trânsito congestionado para ir ao Centro da cidade, onde ficam as sedes da PETROBRAS e da Fundação PETROS.
As vans e os ônibus lotados não paravam nos pontos.
 Após quase uma hora de espera impaciente, um milagre fez parar no ponto um ônibus que indicava: CASTELO.
Imprensado entre um formigueiro de passageiros apressados e nervosos adentrei-me e, por sorte, sentei-me na única cadeira vazia, reservada para idosos.
Eu ignorava o trajeto do veículo.
Para o meu azar, o trajeto era pela Avenida Brasil, a mais extensa do país (80 km).
Da Ilha do Governador até o Centro são 28 km. A viagem tão curta durou 1h20.
Ausente da cidade durante 16 anos me senti atordoado com as multidões nas ruas e avenidas do Centro. Sentia-me como sardinha dentro da lata.
Embora tivesse vivido aqui durante 50 anos, me senti como se estivesse na Babilônia.
Meio-dia. O estômago começa a reclamar que estava vazio. Entrei num restaurante sito na Rua Senador Dantas. Solicitei ao garçom a metade de um galeto e acompanhamento. O cardápio indicava o preço de RS 14,00, mas a conta totalizava R$ 20,00. Paguei, e em seguida aventurei-me por ruas da memória esquecidas, e asfixiado no formigueiro humano procurava, tenso, o ponto de ônibus que me retornaria à Ilha.
Após idas e vindas, eis que avisto o ônibus CASTELO/BANCÁRIOS que parou perto de mim e abriu a porta de entrada. Neste horário, 14h, estava quase vazio. Refrigerado e confortável. Tomei conhecimento que seguiria pela “Linha Vermelha”, o que me alegrou.
A viagem durou 40 minutos.
O apartamento onde me abrigo, no Jardim Guanabara, fica no alto de uma colina.
Quase idoso como Matusalém, apanhei um taxi. Tarifa R$ 8,00.
Cansado e sonolento, deitei-me no meu quarto e dormi até às 19h.
Após um lanche, continuo a ler o livro de Mário Vargas Ilosa “OS CHEFES – OS FILHOTES”, do qual me manifestarei em crônica futura.


30.          Às nove horas saio das clínica de fisioterapia.  Apanho uma van com destino ao Centro da cidade.  O trajeto é de 28 km.
 Ainda na Ilha do Governador o trânsito estava lento. Ao chegar à linha vermelha. O trânsito fica congestionado, às vezes parado.
 A viagem demorou 1h30, em vez de 40 minutos, quando o trânsito flui sem dificuldade.
 No curto percurso, o poeta de olhos de águia, observa que dezenas de motoqueiros correm velozmente entre o estreito espaço da fila de veículos e praticam zigue-zague, indiferentes ao perigo.
 E por incrível que pareça, jovens, desafiando a morte, caminham entre os carros em movimento no intuito de vender biscoitos.  Que idiotice!
 Desço na Avenida Rio Branco e tomo o metrô.  Desço na estação Catete. Vou ao Banco Itaú e ao Banco do Brasil, e a uma Lan House para mandar e-mail para um jornalista de O Globo que escreve da Rússia, criticando a reportagem que não agradou a este Don Quixote da literatura.
 Regresso à estação Catete.
 Na ausência de escada rolante desço 60 degraus.
 Eram 11h30.  Os vagões semivazios.  Desço na Estação Carioca. Havia uma feira de livros próxima. Diviso um livro obeso. Ao aproximar-me vejo na capa uma caricatura do presidente Lula.  O título: “Lula na literatura de cordel, (528 páginas) ”.
“Copyright” da Editora IMEPH, de Fortaleza.  Jurei que não compraria novos livros porque talvez não os leia nesta vivência.
Não resisti ao desejo. Comprei o livro por R$ 30.00.  Muito barato!
 Fatigado, volto para a Ilha.  Após dormir um tanto, levanto-me e às 16h45 minutos acabo de compor mais estas páginas desta crônica.


30.        Nesta manhã redigi três emails de crítica severina dirigida a articulistas do Jornal “O GLOBO”. O meu espírito combativo impede de ensarilhar as armas deste D. Quixote do século XXI.
Até quando? Não sei!
Como cronista desta URBE, numa imitação ao lendário João do Rio, tento pôr nestas crônicas as minhas impressões e observações a propósito de situações que observo quando me atrevo a intrometer-me no burburinho da cidade.
Nas calçadas das mais agitadas artérias, um cardume de gente entrechoca-se. Nas estações do metrô, verdadeiras cidades subterrâneas, multidões entram e saem dos trens, cada indivíduo preocupado com seus problemas.
As filas enervam a população. Há fila para tudo, até nas toaletes.
Porém, em plena Avenida Rio Branco, num quiosque improvisado, um sujeito fazia beiju de tapioca. Formava-se uma fila para comprar os beijus. Tive a impressão que estava no nordeste. Nisto, um sujeito fortão esbarrou-se comigo tirando-me do devaneio, quando percebi que estava no Rio de Janeiro.
Entrei na fila que aguardava ônibus para a Ilha. Agora estou em casa, sozinho, tranquilo e escrevo esta crônica.




               
                                                                                                                



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