Aracaju, 20 de agosto
de 2018.
Excelentíssimo Senador
EUNÍCIO OLIVEIRA, presidente
do Congresso Nacional.
Excelência:
Nos idos do ano de 1924, na fazenda
pertencente aos meus pais, situada no município de Simão Dias, estado de
Sergipe, numa manhã ensolarada, eu nascia com a provável proteção do deus APOLO,
protetor das Artes.
Ao nascer, a mãe Natureza me entregou as
chaves da Ciência da Lógica, do bom senso e da razão.
Contudo, a minha existência foi uma saga.
Se eu fosse relatar essa saga, tim-tim por
tim-tim, ao chegar aos 95 anos, teria preenchido as páginas de 10 ou 20 bíblias.
Mas, somente no ano de 1998, após a leitura de muitos Diários de personagens
importantes, surgiu-me a ideia de escrever o meu DIÁRIO de UM POETA, cujo
primeiro volume foi editado pela TABA Cultural, da cidade do Rio de Janeiro.
Fui candidato ao Prêmio Nobel de Literatura de
2012, de 2017 e 2018.
A tiragem dos meus livros é reduzida; apenas
20 ou 30 exemplares, destinados a presentear gente importante e Academias de Letras.
Atribuo ao fato de não vender livros,
empecilho para não ser laureado com o Prêmio Nobel.
Ademais, comecei a escrever livros de prosa e
poesia na idade de 70 anos.
De intelectuais da Bahia, recebi o epíteto de
autor extemporâneo.
São raros os literatos que viveram mais de 80
anos. Cito VICTOR HUGO (francês) e CARDUCCI (italiano).
A maioria dos poetas morreram antes dos 50
anos.
Acredito que, neste século, eu seja o único
poeta satírico do nível de um Gregório de Matos.
Para ser posto na minha sepultura, redigir
três epitáfios tão tristes que são capazes de fazer uma pedra chorar.
Excelência:
Após esse longo preâmbulo, pelo que rogo
desculpar-me, penetro no assunto desta correspondência.
Refiro-me ao organograma do Supremo Tribunal
Federal (STF).
O meu cérebro, iluminado pelas lâmpadas da
Lógica, do bom senso e da razão, não compreende o porquê do STF se ache
dividido em turmas.
Entendo que o STF seja uno, único, com sede na
capital da República e não julgue processos que poderiam ser julgados nas
instâncias inferiores.
Não entendo, também, por que se formam
bancadas no Poder Legislativo. Devem existir somente os Partidos.
À vossa excelência submeto essas propostas, as
quais sou de parecer que fortalecem a democracia.
Confesso que não sou advogado nem jurista.
Guio-me, somente pelo dom que recebi da Natureza.
Finalmente.
Não entendo o porquê quando o Congresso
Nacional se reúne, os deputados votam separado dos senadores.
No Congresso Nacional
há apenas parlamentares.
Deputado existe na Câmara.
Senador existe no Senado.
Respeitosamente,
Edson Almeida Valadares
(Contador, Auditor,
poeta, poeta satírico, contista, cronista, epistológrafo, pensador, epitafista,
diarista, etc. Descendente do conde português Jorge Valadares, médico da
expedição de Tomé de Souza que aportou na Bahia no ano de 1549).
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