Aracaju,
22 de janeiro de 2017
Ao doutor LUIZ CARLOS
FACÓ.
Prezado mestre
residente na histórica cidade
de Salvador, Bahia.
Agora
são 10h15 de uma manhã mais de inverno do que de verão.
Nas
últimas quatro horas estive lendo o livro “EUCLIDES DA CUNHA e a BAHIA”, de
autoria do escritor baiano Oleone Coelho Fontes.
Já
li no curso da minha existência, alguns livros sobre a guerra de Canudos.
Este,
porém, me parece inédito, original, minucioso, informativo.
A
curiosidade me fez abandonar a leitura do livro “DISCOURS SUR L’ HISTOIRE
UNIVERSELLE”, de autoria do famoso escritor francês BOSSUET, publicado em 1881
pela LIBRAIRIE HACHETTE (Paris), e me dedicar à leitura do livro em questão.
Mas
o “Leitmotiv” desta epístola é o que se segue. “Qui Suis-je”? Estou sempre a me
fazer esta pergunta sem obter resposta.
Você
tem sido o meu único psicólogo, a quem devo frequentes fragmentos de quem sou
eu!
Dou
um exemplo que acaba de me acontecer.
É
muito frequente que independente da minha vontade ou do meu pensamento, me surjam
palavras que estavam esquecidas e até mesmo palavras desconhecidas.
Nesta
manhã, quando eu lia com atenção um trecho do livro de Oleone, surgiu-me, de
repente, a palavra “estereótipo” a mim completamente estranha.
Consulto
o dicionário. Dentre outros sentidos, colho este:
“Aquilo
que é falto de originalidade, banalidade, lugar-comum, modelo, padrão. ”
Estereotipar:
“Formar
ideia ou imagem classificatória preconcebida sobre alguém ou algo”.
Quando
escrevo em prosa e verso, não penso as palavras que devo empregar. Elas vão
surgindo com a naturalidade com que flui a água de uma fonte, na mesma
velocidade da caneta, ou seja, ao correr da pena.
Recentemente,
compus um poema com 62 versos em poucos minutos. Ao fazer revisão não alterei
uma única palavra.
Então
lembrei-me do conselho do poeta GOETHE: “Aquilo que você escreve no momento da
inspiração, não altere depois”.
Por
tudo isso e muito mais, estou sempre a perguntar-me:
“Qui suis-je”?
Edson Valadares
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