ARTHUR RUBINSTEIN
Era aniversário de Deus.
Todas as luzes do Universo foram acesas.
Bilhões de fogos de artifício celestiais
cruzavam-se no céu, provocando incêndios nas estrelas.
A orquestra sinfônica de Deus tocava em Sua
homenagem. O regente e os músicos – entidades divinas – estavam conduzindo o
mais fantástico e sublime concerto jamais realizado em homenagem ao Criador do
Universo.
Um bem-aventurado pianista se destacava na orquestra,
porque o seu instrumento musical “inventava” os acordes mais suaves à audição
daquela plateia divina. Ele era gênio, gênio criado pelo Ser Supremo, seu Pai.
Depois que os divinos sons musicais se perderam
nos confins do infinito, Deus, o Pai misericordioso de todos os homens, pensou
e decidiu emprestar ao planeta Terra o seu artista preferido. Por essa razão,
no seio do povo eleito – o povo judeu – nasceu ARTHUR RUBINSTEIN.
Aqui na Terra, embora tivesse o seu espírito
aprisionado no corpo carnal, Rubinstein manteve a sua genialidade.
Foi ele, sem dúvida, graças à sua origem e
posição no céu, o mais elevado virtuoso da música clássica executada em piano.
Especialista em interpretar música de Chopin,
conseguiu ultrapassar o próprio gênio polonês. Era um legitimo gênio musical e
homem de soberbas virtudes.
Como Rubinstein, nasce um em cada século.
Assim como a água mata a sede das entidades
vivas, a música do gênio mata a sede musical do nosso espírito.
Quando tocava piano, os dedos deslizavam nas
teclas com frêmitos elétricos produzidos pelo entusiasmo e magia da sua alma.
A sua alegre e inconfundível cabeleira branca
tremeluzia nos mais importantes cenários do mundo como uma bandeira hasteada a
farfalhar por causa da ventania.
Finalmente, cumprida sua missão divina na
Terra, ele foi chamado ao céu para ocupar o seu lugar, como pianista
privilegiado, na orquestra sinfônica de Deus.
Rio de Janeiro, 1994.
Edson Valadares
Nota: Esta crônica foi
escrita em homenagem ao grande pianista por ocasião das comemorações do seu
centenário.
Rubinstein nasceu em
Lodz (Polônia) em 1889.
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