quarta-feira, 27 de julho de 2016

O MEU CÃO FIEL





O MEU CÃO FIEL

Nesta noite tive um
sonho que me trouxe
uma lembrança da
minha infância vivida
numa fazenda perdida
nos confins do sertão
nordestino... O meu avô
presenteou-me com um
cachorrinho preto que
acabara de nascer. Ele
mostrava na testa um
sinal semelhante a
uma estrelinha branca.
Eu cuidava dele como a
mãe zelosa cuida do seu
filhinho. Rapidamente
cresceu e tornou-se um cão
enorme, brioso e valente!
Era o meu único amigo.
Nem o meu avô podia
aproximar-se de mim,
pois seria atacado pelo cão ciumento.
A nossa fazenda ficava
separada da fazenda vizinha
por uma cerca de arame farpado.
Às vezes, o meu cão fiel
desaparecia durante longo tempo.
A razão da sua ausência
foi esclarecida, mas somente
a Natureza poderia explicar.
O meu amigo pulava a cerca
para atacar e comer cabritos do
nosso vizinho, inimigo do meu
avô por questões de cercas
divisórias. Jamais atacou
os cabritos da nossa fazenda.
O vizinho queixou-se ao delegado,
que intimou o meu avô a
matar o meu cão fiel.
A intimação foi rejeitada.
O delegado malvado laçou-o,
e na beira de uma estrada
o matou a tiros de revólver.
Durante um mês eu chorava
e procurava o meu cão fiel.
Para me consolar, o meu
avô disse-me que ele havia
fugido. Recebi um outro cãozinho,
mas, decorrido um ano eu ainda
sentia saudade do meu cão preto.
Então, num certo dia, o meu avô
relatou-me a tragédia do
assassinato praticado pelo delegado.
Embora o tempo passado, a
notícia me fez sofrer e dos
meus olhos nasceu uma cascata de lágrimas.
Senti forte desejo de vingança...
Mas eu tinha apenas seis anos!


Aracaju, 27-6-2015.


Edson Valadares

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